
Título: A Esperanças
Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais de lutar. Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução. A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo. O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade. Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente? Será que as vidas de Peeta e Gale serão os tributos exigidos nessa nova guerra? Acompanhe Katniss até o fim do thriller, numa jornada ao lado mais obscuro da alma humana, em uma luta contra a opressão e a favor da esperança.
Estava mesmo enrolando pra começar a fazer essa resenha. Não porque não sei o que falar sobre o livro, ou que não gostei. Demorei pra fazer essa resenha porque estava precisando de coragem. Fazer uma resenha de uma série de livros é sempre difícil pra mim, quando postei a resenha da série Percy Jackson e os Olimpianos não parava de chorar enquanto escrevia, e não é mentira. Talvez tenha sido minha tpm, mas a verdade é que me envolvo demais com os livros que leio, e quando ele é bom, a situação é sempre intensificada. Se tratando de uma série de livros tão bons quanto os da Collins, não tem como você não se apaixonar e se identificar com o que está lendo. Pra mim, terminar esse livro foi tão difícil quanto perder um amigo. Porque querendo ou não, é isso que essa trilogia se tornou pra mim. Um amigo onde eu encontrei refúgio e me escondi entre as palavras, linhas e diálogos.
A Esperança tem um ritmo mais lento que os outros dois livros da série, mas nunca consegue se tornar tedioso ou chato. Nesse livro, percebo uma Katniss mais vulnerável ao mundo, mais frágil. Uma Katniss que sente quieta o medo do mundo. E quem é que nunca se sentiu assim ? Acredito que não é preciso muito, nem mesmo ter estado dentro de uma arena com matança para todos os lados, pra se sentir assim. É só assistir aos noticiários, aquelas notinhas no jornal ou dar uma passada na página inicial da globo.com.
Suzanne Collins consegue me fazer todo o desespero e agonia que a Katniss sente. Se vendo ao comando de uma revolução, longe de uma pessoa importante e que pode estar em perigo, tentando proteger sua família, lidando com emoções, perdendo pessoas que ama. Perdendo pessoas que ama. Nesse livro, perdi três dos meus personagens preferidos. Que realmente me inspiraram. Lógico que não vou contar quem são, mas fiquei arrasada.
O final do livro não é bem fechado. O que te da asas à imaginação. É verdade que gostaria muito mais de uma coisa bem explicadinha e bonitinha. Mas depois de um tempo, percebi que a vida é assim. Por mais linda que seja, as coisas nem sempre tem um final. Entendo agora, que não tem final mais humano pra essa história do que esse que a Collins escreveu.
Pensei muito, e finalmente entendi. A trilogia Hunger Games não é somente sobre uma garota pobre que causa uma revolução. Não é sobre um governo sem piedade. Não é sobre um garoto com um pão. Hunger Games pode ser considerado uma crítica a sociedade atual. Se você ler com atenção, vai encontrar vários pontos na história onde se percebe alfinetadas no nosso tipo de mundo. Lógico, tem tudo um contexto e toda uma história, mas existem também coisas que podemos encaixar nas nossas vidas. Hoje em dia, até onde uma pessoa iria pra salvar a vida de alguém ? Será que não estamos sendo como povo de Panem, abaixando a cabeça e aceitando, — mesmo que não gostemos, — as atitudes dos governantes ? Depois que ler a trilogia inteira, pense. O mal de Panem era a própria raça humana, frágil. A grande lição que a trilogia me deu, é a de que ninguém é totalmente certo ou totalmente errado. Uma pessoa não é, nunca foi, e nunca vai ser perfeita. Mas eu acredito de todo o meu coração, que eu posso fazer a diferença nesse mundo. Talvez eu não seja a vencedora de um reality sangrento. Talvez eu não encontre o amor da minha vida em meio de uma arena. Talvez eu não queime um pão e salve a vida de uma garota da escola. Talvez eu não me apaixone pela minha melhor amiga e faça de tudo pra salva-lá. Talvez eu não me torne uma grande mentora bêbada. Talvez eu não seja uma vencedora com um ego tão grande quanto o meu coração. Talvez eu não seja uma estilista corajosa. Talvez eu não tenha minha língua cortada. Talvez eu não seja uma governante revoltada. Talvez eu não seja uma mockingjay. Mas quem sabe, um dia, eu, irritante, ciumenta e estabanada, não possa mudar a vida de alguém ? Assim como a Katniss e todo a sua natureza errante, mudou a minha.

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